Me diga o que vês no espelho
Responda agora, na lata
A vergonha te deixa vermelho
Na verdade ninguém se importa
Reconheça que nada fizeste
A resposta foi sempre gemer
Mas te lembras ainda não é tarde
Não vai parar de doer
A cabeça só para na morte
O desejo fica a chamar
Te levanta e encara a parada
Hora de botar pra quebrar
Se amas a inutilidade
Se queres nada fazer
A desgraça vai se instalar
Assim não é bom viver
A escolha sempre será tua
Te esforça ou termina na rua
A tragédia vai vir
Essa é a triste realidade
Ainda diante do espelho
Pensas que não tem nada a temer
Continua a ver o que viste?
Será sonho ou tu que partiste?
Agora tudo imploras
O desejo ainda chora
A resposta não é a sorte
É preciso se encontrar
Nada disso teria acontecido
Queres ver tudo resolvido
Ninguém se importa
Jamais baterão na tua porta
A busca tem que ser incessante
Pois nada nunca é o bastante
Eu disse
Nada nunca é o bastante